O que são Bancos centrais, taxas de juro e inflação, e qual a relação entre eles?
Já pensou em qual o papel dos Bancos centrais na economia?
Um Banco central é uma instituição pública e independente, que gere a moeda de um país ou grupo de países, e controla a quantidade de moeda em circulação. O principal objetivo de um Banco central passa por manter a estabilidade dos preços. Os dois bancos centrais mais influentes a nível global são o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Central americano (Fed).
Os Bancos centrais têm vindo a subir as taxas de juro.
Segundo o Banco de Portugal, a inflação é a “subida generalizada e sustentada dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias”. A médio-longo prazo, o Banco central europeu e americano definem como objetivo, uma inflação de 2% Nos dias de hoje, os Bancos centrais estão bastante preocupados com o nível da inflação, e para a combater, estão a adotar uma política monetária mais restritiva. Consideram este o patamar, que assegura a estabilidade dos preços.
“Inflação é tributação sem legislação” – Milton Friedman
Antes de mais, o que são taxas de juro diretoras? Trata-se da taxa de juro à qual cada Banco Central empresta dinheiro aos bancos comerciais. Quando estas taxas são alteradas, tal reflete-se no conjunto da economia, incluindo empréstimos bancários, crédito à habitação e taxas de juro dos depósitos bancários.
Como é que as taxas de juro diretoras afetam a inflação…
“Taxas mais elevadas mantêm as expetativas de inflação sob controlo”. Esta tem sido uma afirmação recorrente nos discursos de Christine Lagarde, presidente do BCE. A inflação atual tem sido influenciada por diferentes fatores: subida dos preços da energia (petróleo e gás), constrangimentos nas cadeias de abastecimento a nível global, entre outros. Ao subir as taxas de juro, o BCE e Fed tornam mais caro pedir dinheiro emprestado para os bancos e, consequentemente para os consumidores e empresas.
…E como afetam o seu crédito à habitação?
Com a subida das taxas diretoras, a taxa Euribor segue o mesmo comportamento, pois acompanha as tendências da política monetária do BCE. Para os famílias com um crédito à habitação, as prestações mensais a pagar ao banco sobem, afetando, assim, os seus orçamentos e, até, os das empresas e países, que também se financiam nos mercados internacionais.
A “super semana” dos Bancos centrais
A semana que terminou foi recheada de decisões de política monetária relevantes, com mais de 13 bancos centrais a anunciar a subida das suas taxas de juro. Desde o Banco Central americano ao Banco de Inglaterra, e até ao Banco central das Filipinas, o racional está a ser o de acelerar o aumento das taxas de juro, de forma a limitar, o mais cedo possível, a trajetória de subida dos preços.
É um bom timing para investir?
Um investidor de longo-prazo poderá aproveitar estes momentos particularmente voláteis nos mercados de taxas de juro para constituir ou reforçar o seu plano de investimentos, especialmente se este for composto por instrumentos financeiros simples e de baixo custo (fundos índices), num momento em que a generalidade dos ativos se encontra, historicamente, mais baixo.
Fontes: BCE, Banco Central Americano, Reuters, Morningstar
Este texto não constitui uma recomendação nem consultoria para investimentos. A Dolat Capital presta consultoria para investimentos de natureza específica aos seus clientes, tendo por base, entre outras, o seu perfil de risco e objetivos financeiros. Rendibilidades passadas não constituem uma garantia de rendibilidades futuras.